sábado, março 27
Gandhia - Participe agora!
sexta-feira, março 26
FHC é contra proibição da marcha... (uma notícia?)
Faísca atrasada, nosso blog comenta somente algumas centenas de horas depois aquilo que muit@s twitteir@s replicaram no primeiro milésimo de segundo: FHC, o recém-queridinho de parte da nação canábica, parece estar enxergando coisas que antes não enxergava. Por exemplo, a existência de um movimento social organizado por pessoas que usam maconha, e que vão às ruas para falar, dentre outras coisas, que gostariam de plantar a sua, ao invés de ficarem reféns do esquema perverso do tráfico.
Este contexto pode ser meio confuso para quem acompanha a arena das políticas de drogas há mais de 10 anos. Acostumávamos a comemorar as mudanças nas leis estadunidenses, e criticar duramente o pessoal "de direita", esses conservadores, etc... De repente, tudo muda, mas quase nada muda: nos últimos anos poucas mudanças concretas foram efetivadas. A lei Nº 11.343, de 2006, como comentamos na época, permaneceria dando ao Estado, conforme relata a juíza Maria Lúcia Karam, a possibilidade de cercear direitos constitucionais básicos, como o de livre uso dos corpos.
De repente, o crescimento das marchas e de coletivos locais falando sobre antiproibicionismo. E tudo fica bonito. Marchas acontecem. Depois de muita luta, as cidades estão pouco a pouco derrubando as proibições ao direito de marchar (que, pra variar, também são decisões inconstitucionais). Aí, aos 39min do 2º tempo, entra uma tal de Comissão Brasileira Drogas e Democracia, pomposa, falando de direitos humanos e blablablá, composta por pessoas que fumam e não tragam, e que não dão uma letra sequer sobre as marchas. Qual é a dessa galera?, perguntamos.
A questão é que não mais podemos comemorar mudanças de lei nos EUA, já que nossos camaradas enfumaçados continuam reféns, agora não mais do tráfico, mas do corporativismo médico, que os obriga a gerar procedimento$ em saúde para comprarem seu direito de fumar. Diz que é bem fácil: basta dizer que tá com dor nas costas, que o médico dá um sorrisinho e prescreve. Nada mal para um sistema de saúde que, até anteontem, era 100% privado. Mas, peraí - o que disse mesmo Maria Lúcia Karam quanto ao livre uso dos corpos? E o que dizíamos nós, que nos sentíamos reféns de sistemas perversos?
Em sua declaração sobre a proibição das Marchas, FHC não falou em momento algum sobre qual modelo de legalização defenderia sua trupe - que, repetiremos sempre, é financiada por megainvestidores estadunidenses que dobraram as marchas por lá, articulando junto ao movimento de "pacientes" uma grande rede de dispensários - "farmácias" - de maconha. Não estranha que FHC tenha se limitado somente a dizer que direitos constitucionais devem ser respeitados. Não estranha não ser nada de novo. Nossos parceiros que hoje enfrentam a proibição de suas marchas devem comemorar: trata-se de pronunciamento estratégico e que pode, sim, ajudar nos contextos locais, Ministérios Públicos afora. Mas que não esqueçamos do mote que leva pessoas às marchas: não compre, plante! E que venham as agências brasileiras de canábis medicinal. Até que se prove o contrário, eles também querem fazer dinheiro com nossos direitos. A respeito, ótima matéria no Growroom.
quarta-feira, março 24
Camisetas 2010 - saindo do armário!
Sair do armário é preciso, e camisetas são uma boa forma de botar o assunto na roda. De quebra, ajude o grupo a manter e ampliar suas atividades (panfletos, faixas, tintas, telefonemas, domínio .org, megafone, mais camisetas, aluguel de helicópteros, ações na Petrobrás)...
Após todos estes argumentos irrefutáveis, clique para dar uma olhada:
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segunda-feira, março 22
Marcha da Maconha 2010
Informamos que em maio acontecerá a Marcha da Maconha de Porto Alegre.
Em breve divulgaremos a data. Fiquem ligados/as!
sábado, março 20
Fuja da Cura!
Assitam que vale a pena. Ele é divido em 7 partes.
Mostra a história de Rick, que descobriu a cura para o câncer através de um óleo feito de hemp, cannabis, marijuana, boaconha (ao invés de maconha, que é a droga mais vendida, depois do crack e da cocaína, nos becos e favelas de Porto Alegre).
Interessante notar que a maior resistência enfrentada por Rick foi a da Máfia das Industrias Farmacêuticas, que possui um vasto lobby e com certeza governa muitos países. Claro, quem mais ganha ($) com o aumento de doenças incuráveis e com a crescente medicalização da sociedade?
Ritalina, prozac, anfetaminas, analgésicos, crack... tomar remédio quando se REALMENTE precisa é uma coisa, ser manipulado pelos interesses($) daqueles que lucram com a falta de informação, educação dos outros é outra.
sexta-feira, janeiro 29
Debate sobre drogas e Marcha da Maconha são destaques no Acampamento de Juventude
O debate já tivera uma preliminar no dia anterior, quando o Ministro da Justiça, Tarso Genro, em uma visita ao acampamento, se declarou favorável a mudanças na atual legislação.
“Acho que nossa política de drogas é atrasada, em relação, inclusive, ao próprio usuário. Mas tem que ocorrer uma discussão muito séria para modificar as leis relacionadas ao uso de drogas leves”, disse o ministro.
Na hora marcada, o debate reuniu cerca de 200 pessoas a favor da legalização e descriminalização da maconha.
Em forma de roda, sentaram-se os participantes no Espaço Mundo B do acampamento. E o debate informal começou.
O militante do Rio de Janeiro, Renato Cinco, iniciou falando sobre o fato histórico que gerou o preconceito que até hoje persegue os usuários da droga.
-“A primeira delegacia a reprimir o uso da maconha no Brasil se chamava Inspetoria de entorpecentes e miscigenação. Essa mesma delegacia era responsável por perseguir a cultura negra e suas manifestações, como o candomblé, o samba e a capoeira”.
Cinco conta que num primeiro momento a proibição não vingou por aqui e só foi levada a sério quando o então presidente dos EUA, Richard Nixon, em 1969, declarou guerra aos comunistas e as drogas.
Aos poucos o assunto fugiu da história e chegou aos dias de hoje e aos problemas que a proibição gera a sociedade.
Para o historiador Laurence Gonçalves, independente dos danos que as drogas possam causar à saúde, a criminalização gera muito mais.
-“A maconha ainda é a principal forma de criminalizar a pobreza. Drogas e armas não são fabricadas nas periferias, mas ela é criminalizada para enriquecer traficantes internacionais e colarinhos brancos, sustentando o capitalismo”.
Gonçalves diz ainda que quebrando pelo menos com o tráfico de drogas, outro tipo perigoso de tráfico acaba falindo no Brasil.
-“Se quebrarmos o tráfico da maconha e da cocaína, provavelmente os traficantes não terão dinheiro para pagar propina ou comprar fuzis”.
Outro questão levantada no debate foi: como seria o cultivo, se fosse legalizada a maconha?
De acordo com a grande maioria dos presentes, o ideal seria o auto-cultivo ou, então, a agricultura familiar.
Um dos participantes do debate argumentou que a planta da maconha gera menor impacto ambiental que o eucalipto e serve para diversas funções como produzir tecidos, remédios e comida.
Por fim, Renato Cinco alertou sobre a proposta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que sugere a descriminalização do usuário e o aumento da repressão ao tráfico de drogas.
-“O projeto de FHC é uma armadilha, é um jeito de condenar ainda mais os pobres e pequenos traficantes sem envolver os usuários da classe média”.
Logo após o debate, o grupo deu início a marcha.
Fora do acampamento os militantes, sempre enfrentam dificuldades com o Ministério Público e Polícia Militar para conseguir realizar a marcha no mês de maio em diversas capitais do Brasil e no mundo.
No Fórum o espírito foi completamente diferente.
Ao som de batucadas e samba, a marcha percorreu as ruas do AIJ, despertando no máximo a curiosidade dos outros participantes.
Sem a presença da PM no acampamento, a planta foi usada livremente sem nenhuma repressão e a marcha – considerada a maior do acampamento – aconteceu livre de incidentes.