“Se você assiste televisão, fuma unzinho ou toma coca-cola, venha debater sobre drogas” convidava um integrante do coletivo “Marcha da Maconha” nas ruas do Acampamento da Juventude, em Novo Hamburgo.
O debate já tivera uma preliminar no dia anterior, quando o Ministro da Justiça, Tarso Genro, em uma visita ao acampamento, se declarou favorável a mudanças na atual legislação.
“Acho que nossa política de drogas é atrasada, em relação, inclusive, ao próprio usuário. Mas tem que ocorrer uma discussão muito séria para modificar as leis relacionadas ao uso de drogas leves”, disse o ministro.
Na hora marcada, o debate reuniu cerca de 200 pessoas a favor da legalização e descriminalização da maconha.
Em forma de roda, sentaram-se os participantes no Espaço Mundo B do acampamento. E o debate informal começou.
O militante do Rio de Janeiro, Renato Cinco, iniciou falando sobre o fato histórico que gerou o preconceito que até hoje persegue os usuários da droga.
-“A primeira delegacia a reprimir o uso da maconha no Brasil se chamava Inspetoria de entorpecentes e miscigenação. Essa mesma delegacia era responsável por perseguir a cultura negra e suas manifestações, como o candomblé, o samba e a capoeira”.
Cinco conta que num primeiro momento a proibição não vingou por aqui e só foi levada a sério quando o então presidente dos EUA, Richard Nixon, em 1969, declarou guerra aos comunistas e as drogas.
Aos poucos o assunto fugiu da história e chegou aos dias de hoje e aos problemas que a proibição gera a sociedade.
Para o historiador Laurence Gonçalves, independente dos danos que as drogas possam causar à saúde, a criminalização gera muito mais.
-“A maconha ainda é a principal forma de criminalizar a pobreza. Drogas e armas não são fabricadas nas periferias, mas ela é criminalizada para enriquecer traficantes internacionais e colarinhos brancos, sustentando o capitalismo”.
Gonçalves diz ainda que quebrando pelo menos com o tráfico de drogas, outro tipo perigoso de tráfico acaba falindo no Brasil.
-“Se quebrarmos o tráfico da maconha e da cocaína, provavelmente os traficantes não terão dinheiro para pagar propina ou comprar fuzis”.
Outro questão levantada no debate foi: como seria o cultivo, se fosse legalizada a maconha?
De acordo com a grande maioria dos presentes, o ideal seria o auto-cultivo ou, então, a agricultura familiar.
Um dos participantes do debate argumentou que a planta da maconha gera menor impacto ambiental que o eucalipto e serve para diversas funções como produzir tecidos, remédios e comida.
Por fim, Renato Cinco alertou sobre a proposta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que sugere a descriminalização do usuário e o aumento da repressão ao tráfico de drogas.
-“O projeto de FHC é uma armadilha, é um jeito de condenar ainda mais os pobres e pequenos traficantes sem envolver os usuários da classe média”.
Logo após o debate, o grupo deu início a marcha.
Fora do acampamento os militantes, sempre enfrentam dificuldades com o Ministério Público e Polícia Militar para conseguir realizar a marcha no mês de maio em diversas capitais do Brasil e no mundo.
No Fórum o espírito foi completamente diferente.
Ao som de batucadas e samba, a marcha percorreu as ruas do AIJ, despertando no máximo a curiosidade dos outros participantes.
Sem a presença da PM no acampamento, a planta foi usada livremente sem nenhuma repressão e a marcha – considerada a maior do acampamento – aconteceu livre de incidentes.
O debate já tivera uma preliminar no dia anterior, quando o Ministro da Justiça, Tarso Genro, em uma visita ao acampamento, se declarou favorável a mudanças na atual legislação.
“Acho que nossa política de drogas é atrasada, em relação, inclusive, ao próprio usuário. Mas tem que ocorrer uma discussão muito séria para modificar as leis relacionadas ao uso de drogas leves”, disse o ministro.
Na hora marcada, o debate reuniu cerca de 200 pessoas a favor da legalização e descriminalização da maconha.
Em forma de roda, sentaram-se os participantes no Espaço Mundo B do acampamento. E o debate informal começou.
O militante do Rio de Janeiro, Renato Cinco, iniciou falando sobre o fato histórico que gerou o preconceito que até hoje persegue os usuários da droga.
-“A primeira delegacia a reprimir o uso da maconha no Brasil se chamava Inspetoria de entorpecentes e miscigenação. Essa mesma delegacia era responsável por perseguir a cultura negra e suas manifestações, como o candomblé, o samba e a capoeira”.
Cinco conta que num primeiro momento a proibição não vingou por aqui e só foi levada a sério quando o então presidente dos EUA, Richard Nixon, em 1969, declarou guerra aos comunistas e as drogas.
Aos poucos o assunto fugiu da história e chegou aos dias de hoje e aos problemas que a proibição gera a sociedade.
Para o historiador Laurence Gonçalves, independente dos danos que as drogas possam causar à saúde, a criminalização gera muito mais.
-“A maconha ainda é a principal forma de criminalizar a pobreza. Drogas e armas não são fabricadas nas periferias, mas ela é criminalizada para enriquecer traficantes internacionais e colarinhos brancos, sustentando o capitalismo”.
Gonçalves diz ainda que quebrando pelo menos com o tráfico de drogas, outro tipo perigoso de tráfico acaba falindo no Brasil.
-“Se quebrarmos o tráfico da maconha e da cocaína, provavelmente os traficantes não terão dinheiro para pagar propina ou comprar fuzis”.
Outro questão levantada no debate foi: como seria o cultivo, se fosse legalizada a maconha?
De acordo com a grande maioria dos presentes, o ideal seria o auto-cultivo ou, então, a agricultura familiar.
Um dos participantes do debate argumentou que a planta da maconha gera menor impacto ambiental que o eucalipto e serve para diversas funções como produzir tecidos, remédios e comida.
Por fim, Renato Cinco alertou sobre a proposta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que sugere a descriminalização do usuário e o aumento da repressão ao tráfico de drogas.
-“O projeto de FHC é uma armadilha, é um jeito de condenar ainda mais os pobres e pequenos traficantes sem envolver os usuários da classe média”.
Logo após o debate, o grupo deu início a marcha.
Fora do acampamento os militantes, sempre enfrentam dificuldades com o Ministério Público e Polícia Militar para conseguir realizar a marcha no mês de maio em diversas capitais do Brasil e no mundo.
No Fórum o espírito foi completamente diferente.
Ao som de batucadas e samba, a marcha percorreu as ruas do AIJ, despertando no máximo a curiosidade dos outros participantes.
Sem a presença da PM no acampamento, a planta foi usada livremente sem nenhuma repressão e a marcha – considerada a maior do acampamento – aconteceu livre de incidentes.
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